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Brucelose bovina

  • Arquivo DR - Doença infectocontagiosa afeta animais e seres humanos.

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rande incidência de brucelose bovina nas propriedades em São Lourenço do Oeste preocupa Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Doença infectocontagiosa afeta animais e seres humanos.

Conforme o médico veterinário da Cidasc em São Lourenço do Oeste, Milton Kasper, a doença já foi detectada em mais de 60 propriedades no município. Nos últimos seis anos cerca de 600 animais tiveram de ser abatidos. Atualmente, três propriedades estão em processo de saneamento.

Kasper diz que com o aumento da atividade leiteira, a grande circulação de animais na região e a proximidade das propriedades, a doença vem fugindo dos limites dos terrenos e contaminando comunidades inteiras.

O médico veterinário explica que a doença é descoberta por profissionais capacitados e treinados pelo Ministério da Agricultura.

"Eles visitam as propriedades e quando descobrem acionam a Cidasc. Aí nós vamos lá, interditamos a propriedade, sacrificamos esses animais e monitoramos a propriedade até quando se tem a certeza de que não há mais nenhum animal doente. Isso às vezes leva mais de ano, depois de já termos sacrificado grande parte dos animais da propriedade", afirma.

Contudo, apesar de o problema ser resolvido quanto aos animais, muitas vezes o saldo vai além da grande quantidade de animais mortos e grande prejuízo econômico. Milton frisa que, em pelo menos seis propriedades do município, a doença infectou também os seres humanos.

"A gente sempre destaca que essa doença não tem cura. Não tem cura nos animais e também não tem cura nos seres humanos. O que existe para os humanos é o controle da doença, assim como a diabetes e a pressão alta. Mas para isso eles precisam procurar um médico e sugerir o exame de brucelose, caso contrário podem acabar morrendo por causa disso", afirma.

 

A Brucelose

 

A Brucelose é transmitida por uma bactéria do gênero Brucella que não tem especificidade de gênero, podendo afetar diversos animais e também o homem.

Os sinais clínicos clássicos observados nos animais infectados estão relacionados a problemas reprodutivos, como aborto no terço final da gestação, natimortos, nascimentos de bezerros fracos e corrimentos vaginais. É comum haver retenção de placenta e infertilidade temporária ou permanente.

Nos machos, pode causar orquite (inflamação do testículo), consequentemente levando à infertilidade no animal devido à diminuição da qualidade espermática. Podem ser observadas lesões nas glândulas mamárias e lesões articulares (bursite e artrite).

Nos seres humanos os sintomas podem ser confundidos com uma gripe. Podem ser observadas alterações da memória, calafrios, cansaço, dor de cabeça intensa, dores musculares (principalmente costas e abdômen), fadiga, falta de apetite e febre alta (superior a 38ºC) recorrente.

O médico veterinário da Cidasc destaca que a melhor forma de prevenção é realizar exames nos animais.

"Não mintam para a Cidasc dizendo que irão vender animais sem exames, porque não é para tirar leite e sim para engorda. A gente sabe que é sim para gado de leite. Dessa forma acabam vendendo animais doentes, às vezes para pessoas da própria família. E para as pessoas que compram animais: exijam o exame de brucelose e de tuberculose, que por sinal é obrigatório, é uma exigência da Cidasc que estes estejam saudáveis, para evitar o que infelizmente está acontecendo", aconselha.

Outra orientação da Cidasc é para a compra de produtos derivados do leite somente devidamente inspecionados, já que a doença pode ser transmitida por meio desses.

"A doença está se alastrando, já que a produção de leite tem aumentado significativamente. E da mesma forma que descobrimos a nossa galinha dos ovos de ouro, vamos perdê-la logo, porque não tem como produzir leite com animais doentes", finaliza Kasper.

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